sábado, 3 de janeiro de 2009

Sonho Pérfido

Após uma noite difícil de sábado (muito difícil mesmo) ele teve bastante dificuldade em adormecer na noite seguinte, então decidiu ler mais um pouco o livro surrealista que co-habitava na sua cómoda já há algum tempo. Uma vaga sonolência o invadiu, tentou sempre ler a página que se seguia. Sem crer encontra-se numa situação de boca aberta, livro na testa libertando um ronco estrondoso (sim era tão alto que até a dormir o ouvia - exagero).
Apareceu o sonho, um sonho desorientado, erótico e meio deprimido. Encontrava-se num bar já vazio onde nem se recorda de avistar qualquer empregado, com uma decoração “meio” para o bordel, com sofás divididos entre o veludo e o cabedal. Um cenário estranho, iluminação de pouca intensidade devido a chama através de velas, um pouco obscuro e roxo, nada romântico. Adivinha-se algo estranho, dá de caras com a namorada de um amigo (“amigo e não conhecido”) acompanhada por uma amiga, quem não se recorda a sua constituição física nem sua expressão, devido ao poderio da namorada do seu amigo. Afagou-se tudo o que os envolvia, não sabe o que se passou, nunca se tinha encontrado naquela situação, ainda por cima numa questão de milésimas.
- Será que aconteceu algo que não acredito, o dito amor há primeira vista!? Não…penso que não.
Libertou se uma química intensa.
-Hello John.
Foi abraçado como nunca o tivesse sido, o gesto foi tão poderoso que o fez lembrar um abraço de mãe quando esta reencontrava o seu filho perdido à 7 anos. Desorientado no meio deste caos, só pensava no que estava a fazer, no seu amigo, mas ele não era pérfido. De repente uma mão cheia de carícia apodera-se do seu glúteo esquerdo, ao mesmo tempo envolvido naquele abraço que parecia não ter fim descai-lhe a sua mão direita ao centro da sua coxa firme, perfeita, quase sincronizados como na natação. Um momento de tanta energia quase impossível só para uma mistura de abraço e carícia física, quase febril. Sente-se tentado perante seus olhos hipnotizadores, que ordenava-o beijar aquela boca melosa, carnuda...Aparece do nada uma empregada, com um olhar ameaçador a 20cm do par quase singular e faz a seguinte afirmação:
- Amanha Jeff saberá tudo o que se passou aqui.
Ele pensou :
- Não!! Isto não aconteceu, não posso ter caído em suas mãos, não, não sou pérfido...foi sensivelmente. Acordou assustado cheio de malícia e revolta perante o sonho que acaba de ter. Parou, pensou e exclamou:
- Era só um sonho! Calma!
Aliviado volta ao seu precioso descanso. Afundado no seu sono reencontra-se agora num quarto pequeno onde só cabia 3 cadeiras e 1 mesa redonda. Pensou ele enjaulado naquele sentimento de traição do sonho anterior:
-Não, não pode estar acontecer. Está sentado na sua sala de jantar mínima (pequena mesmo) com Jeff (amigo e namorado da nusa que o entranhou) e o melhor amigo de Jeff (e amigo comum de John ) a comer na sua mesa redonda revestida com uma tolha branca com riscas vermelhas quase igual aos restaurantes de máfia italiana, um sphaguetti italiano. No meio de tanta conversa e risada do costume, John pensava se tinha sido um sonho ou realidade, se for real, como encaro, sempre valorizei amizade quase acima de tudo o resto, mais uma vez afirma para si: Não sou pérfido, vou contar mesmo que tenha sido um sonho. Encontrava-se afogado em sentimentos negativos, quando resolve em contar...Toca o telefone de Jeff, era a empregada, a tal que o tinha posteriormente ameaçado, quase maligna. John desidrata-se de tanto suar naquele momento (ate merecia ir para o Guinness) a ouvir quase em alta voz, parecia lhe que o aparelho tinha amplificador, ouvia-se tudo, ela descrevia sem perder um detalhe, Stephano (amigo comum) olha fixamente em John, Jeff em John e este de olhos abertos não conseguia ver nem um planeta à sua frente, Jeff regala os olhos, sente se mal, quase cai da cadeira, John tenta acudir, mas este bruscamente rejeita sua ajuda quase (mais uma vez insisto em usar a palavra “quase”) se levanta em direcção da saída, cai de bacia nos pés de Stephano este tenta ajuda-lo, não valia apena, era um peso morto.

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