quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Na mais profunda solidão

...á noite é que é hora, sente-se sozinho...solidão, senão adormeço tou por ai a sofrer.
Quem eu era, quem eu sou, eu não sou ninguém, a solidão é uma pessoa ficar triste, coragem de fazer alguma coisa.
Não tenho ninguém, não tenho dinheiro para ir comer, não tenho...vejo tanta gente a estragar dinheiro, trabalhei muito para toda a gente comer...quem me dera trabalhar para fazer aquilo, não dá o que hei-de fazer agora.





Arménio Costa tem 75 anos. Vive num quarto de uma pensão, no Porto. Foi agricultor, trabalhou na construção civíl. Fez descontos para a Segurança Social mas os patrões nunca os entregaram. Resultado: uma reforma de 350 euros por mês. Destes, 175 vão para pagar o quarto, 20 para o passe, 40 para almoços no Centro Social de Campanhã, o resto para medicamentos. Não tem dinheiro para um galão ou uma torrada.

Como tantos outros idosos, Arménio é doente e vive sozinho. Quer que o que lhe resta da vida passe depressa, pois do futuro não espera nada.

Arménio tem uma vida triste. Tão triste que o faz desejar a morte. Sente-se só, demasiado só. E mais do que só, sente-se abandonado. A família que lhe resta está fora do país e há mais de 20 anos que se incompatibilizou com ela.

Tem amigos de dia, quando vai até à Rua de Santa Catarina de autocarro e se senta no clima ameno do centro comercial ou num banco a apanhar sol.

Tem artroses nas pernas e nas mãos. Sofre. Tudo lhe dói. Mas nada lhe dói mais que a solidão
.

Jornal Expresso

Vidas que são ignoradas no dia a dia,
Vidas que ninguem sonha ter,
Vidas quase impossiveis de sustentar.
Vidas em AFLIÇÃO.
Vidas que existem, sim, existem!!!

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